Sintasa identifica irregularidades em Hospitais Regionais e UPA

A direção do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde de Sergipe (Sintasa) visitou nesta terça-feira, 24, os Hospitais Regionais de Estância, Tobias Barreto e a Unidade de Pronto Atendimento de Boquim, todas gerenciadas pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e constatou algumas irregularidades que vem prejudicando o trabalho dos profissionais da saúde dos respectivos estabelecimentos. A principal é o déficit de trabalhadores em relação a quantidade de serviço e demanda de usuários. Além disso, existem outros alguns problemas específicos como a má qualidade da alimentação, a falta de bebedouros e instalações inadequadas. A falta de reajuste salarial e outras preocupações também estão em pauta.

Diante disto e de outras reivindicações, o Sintasa irá oficializar FHS para solucionar este problema e outros elencados pela categoria, como também solicitar uma reunião em caráter de urgência nos próximos 15 dias na unidade de Estância entre a Fundação, a gestão do local, trabalhadores e o Sintasa. “Se não acontecer isso, nós vamos convocar uma assembleia extraordinária e deliberar mobilizações para as ações lá nestes locais”, afirma Augusto.

Falta de pessoal

De acordo os trabalhadores, a gestão alega que está contratando mais profissionais, mas o que está acontecendo é apenas a troca de trabalhadores, ou seja, quando acaba o prazo do Processo Seletivo Simplificado (PSS) renova o quadro de pessoal com outros do PSS.

Em Estância, por exemplo, no setor de pediatria a carência de profissionais é evidente, visto que são 10 pacientes para serem cuidadas por apenas dois funcionários. “Imagine quando um destes dois precisa se ausentar seja para ir ao banheiro ou na hora do descanso? É completamente descabida esta situação”, afirma Augusto Couto, presidente do Sintasa, que esteve presente com a diretora Maria de Lourdes e o gerente-administrativo, Janderson Alves.

“A nossa luta sindical não é somente para o aumento salarial, mas também por melhores condições de trabalho. Por isso, estamos visitando os trabalhadores em todo estado para procurar soluções a fim do profissional poder proporcionar um melhor atendimento a sociedade”, explica Augusto.

Problemas específicos

Além da falta de trabalhadores, o Sintasa recebeu reivindicações específicas das unidades. Em Estância, uma problemática que tem dado dor de cabeça é a péssima qualidade da alimentação que está sendo ofertada.

“Só para se ter ideia, quando chegamos hoje por volta de 8 e meia da manhã, o pessoal já estava passando manteiga no pão, que será servido no jantar, às 19 horas. Quase 12 horas antes. Isso não pode acontecer!”, ressalta Couto, salientando ainda a falta de bebedouro no refeitório.

Outro problema é que só existem dois banheiros para todos os profissionais, e destes dois, um está com vaso solto podendo gerar acidente. “Estes são alguns dos problemas encontrados como o fato dos trabalhadores se sentirem perseguidos pelo gestor do hospital, impedindo até mesmo qualquer tipo de diálogo”, afirma o líder sindical.

Boquim e Tobias Barreto

Na UPA de Buquim, além do deficit trabalhador, a denúncia é que o local de descanso é inadequado, visto que trata-se de uma enfermaria desativada, mas com ar-condicionado molhando todo o chão embaixo mais do que o normal.
Por sua vez, em Tobias Barreto, a problemática maior encontrada está inconsistências do piso da enfermagem, mas os trabalhadores receberam toda a orientação necessária e as dúvidas foram respondidas.

Lutas gerais

Segundo o presidente do Sintasa, esta questão do piso não se restringe apenas a Tobias Barreto, mas em diversos locais nem todos receberam e o que receberam foram em forma de abono. “Sem contar que nenhum profissional da saúde das três fundações receberam o reajuste salarial de 10% retroativo a maio, como ocorreu com os da administração direta”, reforça Augusto Couto.

Outras bandeiras de lutas, mas somente da FHS, é a falta de segurança empregatícia por conta da possibilidade de extinção da FHS, construção do novo acordo coletivo e que seja realizada uma revisão no Plano de Emprego e Remuneração (PER).